O uso de fibras na constipação intestinal do idoso

A população idosa mundial cresceu em quantidade e em expectativa de vida nos últimos tempos. Mesmo em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, nota-se um aumento considerável dessa população acima dos 60 anos. No Brasil, onde a gerontologia e a geriatria têm crescido bastante, percebe-se a necessidade de ações preventivas para assegurar à população idosa uma boa qualidade de vida e o bem estar que ela necessita.

Em se tratando de qualidade de vida, podemos citar o desconforto que a constipação intestinal provoca e ela é uma queixa constante na população idosa, seja no seu dia-a-dia, seja em pacientes acamados por longos períodos, em seu domicílio ou em instituições.

Embora a constipação intestinal seja comum em idosos e pode acarretar várias complicações como incontinência, hemorroidárias, risco de fístula anal, câncer de cólon, obstrução intestinal e até perfuração do cólon, é freqüentemente abordada de forma simplista tanto pelos profissionais da área de saúde quanto por alguns pacientes, supondo que é uma condição normal da idade avançada. Na verdade, esta é uma condição de perda importante na qualidade de vida, com diversas origens, que podem ser: a falta de fibra na alimentação, pouca ingestão de água, sedentarismo, limitações nos movimentos do corpo (seqüelas, reumatismo, velhice) e consumo de alimentos que causem o ressecamento das fezes.  Além disso, algumas doenças como diabetes e hipotiroidismo podem interferir no bom funcionamento intestinal desse idoso, assim como fatores emocionais e medicamentosos. Entretanto, a simples ingestão de fibras pode se constituir num componente primordial no tratamento e na prevenção da constipação intestinal e na sua dificuldade evacuatória. 

Alguns estudos realizados por Burkitt (1984) demonstram que várias doenças que são comuns no mundo ocidental como constipação, hérnia de hiato, diverticulose, câncer de cólon, hemorróidas e outras, são raras na zona rural da África. Esta diferença estaria ligada diretamente à alimentação, sendo a fibra alimentar o principal componente estudado.

O hábito alimentar de um indivíduo, principalmente de um idoso, se faz através dos anos de sua vida e depende dos costumes familiares, regionais, situação sócio-econômica, além da falta de informação sobre a importância da alimentação correta. A simples inclusão de fibras formadoras e umidifcadoras do bolo fecal como farelo de trigo, verduras, grãos integrais - linhaça e psyllium entre outros - em sua alimentação diária, pode estimular a evacuação normal, trazendo qualidade de vida ao idoso.

Assim sendo, a prevenção com fibras na alimentação é o melhor remédio!

Ref.

1) Constipação Intestinal No Idoso: A Fibra Como Tratamento e Prevenção – Dras. Simone Cordeiro Ramos e Maria Núbia Gama Oliveira

2) Constipação Intestinal dos Idosos – Dr. Armando Miguel Jr, 2007

3) Constipation in long-term care - Division of Geriatric Medicine, Saint Louis University, St Louis, MO 63104, USA, 2007 May.